Como a minha viagem solo de intercâmbio para a Austrália foi parar em um livro
Desde muito nova eu sempre quis fazer um intercâmbio. A ideia de viver um tempo em um outro país, imersa em outra cultura e idioma, sempre me acompanhou. Mas, na correria da vida (e sempre com o pensamento de “ah, ainda não é a hora, um dia eu realizo esse sonho”), os anos foram passando… eu me formei na faculdade de Direito, passei no exame da Ordem, fiz uma pós-graduação e comecei a estudar para concursos públicos.
Lá pelas tantas, já com 27 anos de idade, eu me vi concursada, em um cargo que não me realizava pessoal ou profissionalmente, e foi então que o “bichinho do sonho adiado” começou a me perturbar.
Por sorte (e privilégio) eu tive condições de deixar meu cargo e, finalmente, tirar o intercâmbio do plano das ideias.
Pesquisei agências de intercâmbio e possíveis destinos de língua inglesa e, como o dinheiro era um fator relevante, a escolha por um país que permitisse o trabalho de estrangeiros, desde o início do curso de inglês, era essencial.
Foi assim que começou a minha história com a Austrália.
Como o intercâmbio se tratava da realização de um sonho antigo, eu decidi que registraria em um caderno tudo o que acontecesse ao longo da minha experiência na terra dos cangurus. E assim foi feito.
Voltei da Austrália na metade de 2012, após 8 meses de intercâmbio, com muitas histórias para contar – devidamente registradas no meu “diário de bordo”, escrito à mão mesmo. A ideia do diário de bordo era guardar minhas lembranças e poder recordá-las sempre que eu quisesse.
Só que passados alguns anos desde o meu retorno, mais precisamente em 2016, enquanto eu pesquisava sobre viagens e coisas afins na internet, me deparei com um curso de escrita de viagem – Curso Travel Writer – ministrado pelo Zizo Asnis, editor-chefe da Editora O Viajante. Me matriculei no curso, sem maiores pretensões, a não ser pela ideia de transformar minhas anotações/rascunhos da viagem em algo mais palpável.
Concluído o curso, eu fui incluída em um grupo fechado do Facebook, para ex-alunos.
Mais de um ano depois, vi uma postagem do Zizo, naquele grupo, recrutando mulheres que tivessem viajado sozinhas para a Austrália, para um projeto. Respondi, contando sobre a minha experiência, e ele se interessou e pediu para que eu enviasse meu relato.
Foi quando eu soube que o tal projeto consistia em um livro escrito por 7 mulheres, viajando sozinhas por 7 lugares diferentes do mundo. Fiquei encantada com a ideia e MUITO feliz em poder participar desse projeto único!
A partir daí, foram meses de trabalho, vasculhando meu diário de bordo, minhas memórias e fotografias dessa viagem e, a cada capítulo que eu escrevia, era como voltar no tempo e reviver os momentos dessa experiência que foi transformadora e muito especial para mim.
Antes da Austrália, eu já tinha viajado sozinha, poucas vezes, para prestar concursos públicos fora do estado de São Paulo. Eu sempre aproveitava essas ocasiões para conhecer um pouquinho dos destinos e penso que essas pequenas viagens foram o ponta pé inicial para que eu perdesse o medo e sentisse o gostinho de viajar sozinha.
Mas viajar sozinha para o outro lado do mundo certamente foi o que marcou a minha história como mulher viajante e espero, de verdade, que os relatos do “Bravas Viajantes – histórias de sete mulheres se aventurando sozinhas por sete cantos do mundo” possam inspirar outras mulheres e histórias por aí!

O livro foi lançado no dia 08 de março de 2018, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, e está disponível no site da editora O Viajante e nas grandes livrarias do país.
