Santos é uma das cidades mais antigas do país e possui grande valor histórico, tendo em vista que acompanhou a evolução do Brasil desde seus primeiros anos de colônia. Foi fundada em 1540, por Brás Cubas, um fidalgo português que recebeu terras de Martim Afonso de Sousa, no início da colonização portuguesa.
Santos evoluiu de povoado a vila e de vila a cidade, passando por sua história a economia açucareira, a dispersão bandeirante e a época do café. A economia cafeeira representou um impulso sem precedentes de crescimento para a cidade, juntamente com a inauguração da ferrovia São Paulo Railway, ligando Santos às lavouras cafeeiras de Jundiaí. Em 1854, Santos já exportava quase 80% do café brasileiro, o que impulsionou ainda mais o desenvolvimento do porto santista que, atualmente, é o maior porto da América Latina.
A cidade é famosa por seus canais; suas muretas; os edifícios “tortos” da orla; seu time de futebol – Santos Futebol Clube; os cruzeiros marítimos; a Bolsa Oficial do Café, entre tantas outras atrações e curiosidades.
Dentre tantas atrações que a cidade oferece, destaca-se o Centro Histórico.
O Centro Histórico de Santos abriga relíquias arquitetônicas e culturais que remontam à época áurea do café.
Vale a pena separar um dia para explorar essa região da cidade, que pode ser percorrida a pé.






Segue, então, dica de roteiro de 1 dia, a pé, passando pelos principais atrativos do Centro Histórico de Santos:
Igreja do Valongo: você pode iniciar o passeio, pela manhã, com uma visita à Igreja Santuário de Santo Antônio do Valongo, igreja em estilo barroco, construída em 1640. Suas paredes são revestidas por murais de azulejos dos anos 1930 e ela sobreviveu à demolição de parte do então Conjunto do Valongo, que era formado pela Igreja, Convento e Capela. O Conjunto foi vendido, em 1859, para a construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí e, dois anos depois, o Convento foi demolido, dando lugar à Estação do Valongo. A Igreja é considerada um dos principais exemplares da arquitetura franciscana no país.
Endereço: Largo Marquês de Monte Alegre, nº 13.
Horário de funcionamento: não informado
Entrada: gratuita.
Estação do Valongo: ao lado da igreja, está a estação de trem do Valongo, que foi a primeira estação ferroviária do estado de São Paulo, aberta em 1867 pela São Paulo Railway. Ela foi inaugurada juntamente com a estação de ferro Santos-Jundiaí e era o ponto de chegada da produção cafeeira de todo o estado, a ser embarcada nos navios exportadores. A edificação foi tombada pelo Condephaat, em 2017, e atualmente abriga a Secretaria Municipal de Turismo.
Curiosidades: 1) a Estação foi projetada na Inglaterra, possuindo linhas neoclássicas inspiradas na estação Victoria Station, em Londres, sendo a única construção de Santos preparada para a neve. Fonte: https://www.turismosantos.com.br/?q=pt-br/content/esta%C3%A7%C3%A3o-do-valongo; 2) a Estação do Valongo foi porta de entrada, no país, para milhares de imigrantes que nos séculos passados (XIX e XX), atravessaram o Atlântico em busca de uma vida melhor. Provavelmente, algum de seus antepassados desembarcou por ali trazendo na bagagem o sonho de um recomeço. O transporte de passageiros foi encerrado em 1996.
Endereço: Largo Marquês de Monte Alegre, nº 02.
Horário de funcionamento: não informado
Bonde turístico: aproveite que está na Estação para fazer um passeio de bonde. O ponto de embarque e desembarque da linha turística do bonde fica ali na Estação. São 7 bondes elétricos em funcionamento, incluindo o Bonde Café, o Bonde Pelé e o Bonde Arte. Os bondes circulam pelo Centro Histórico de terça a sexta, das 10h às 16h e aos sábados, das 10h às 15h, com saídas a cada hora. Os bilhetes custam R$7,00 (sete reais) e podem ser adquiridos no Museu Pelé, bem em frente à Estação. É um passeio bem gostosinho e oferece uma verdadeira viagem no tempo.
Museu Pelé: você não precisa ser amante do futebol, nem fã do Pelé ou do Santos Futebol Clube para se entreter com as curiosidades e exposições do museu dedicado a esse ídolo. O museu está localizado nos antigos Casarões do Valongo, em frente à Estação, e a entrada é gratuita.
Endereço: Largo Marquês de Monte Alegre, nº 1, Valongo.
Horário de funcionamento: terça a domingo, das 10h às 18h.
Entrada: gratuita
Casa da Frontaria Azulejada (Rua do Comércio): ao deixar o Museu Pelé, siga para a charmosa Rua do Comércio, que encanta com sua arquitetura antiga, os postes de iluminação retrô e sua arte de rua. Bem ali, fica a Casa da Frontaria Azulejada, uma das mais importantes obras arquitetônicas de Santos. O edifício, de estilo neoclássico, foi construído em 1865 para servir de moradia e armazém a um comendador português.
Curiosidades: Os azulejos em alto relevo de sua fachada foram importados de Portugal. Naquele tempo, a colocação de azulejos tinha como objetivo assegurar vedação eficiente e evitar muitas pinturas. Estima-se que sete mil azulejos revestem a fachada do prédio. Desde 2007, o edifício abriga um Espaço Cultural e também serve de locação para filmagens de novelas, minisséries e filmes.
Endereço: Rua do Comércio, nº 96, Centro Histórico, Santos/SP.
Horário de funcionamento: visita mediante agendamento
Entrada: gratuita
Museu do Café: partindo da Casa da Frontaria Azulejada, caminhe cerca de 2 quarteirões até chegar ao edifício que sediava a Bolsa Oficial do Café. Lá, funciona o Museu do Café, desde 1998. O museu conta com exposições permanentes e temporárias, obras de arte de Benedicto Calixto, mobiliário de época, loja temática e cafeteria. É possível visitar a Sala do Pregão, local em que eram feitas as negociações e cotações diárias das sacas de café, e na cafeteria, localizada logo na entrada do edifício, os mais aventureiros podem provar o exótico Jacu Bird: grão brasileiro que está entre os 5 cafés mais curiosos do mundo, ficando atrás, apenas, do Kopi Luwak, aquele que o personagem do Jack Nicholson idolatra, no filme Antes de partir. A xícara do Jacu Bird saía a R$29,00 (vinte e nove reais) em fevereiro/2021.
Endereço: Rua XV de Novembro, nº 95.
Horário de funcionamento: de terça a sábado: das 9h às 18h; domingos: das 10h às 18h
Ingressos: R$10,00 – a bilheteria fecha às 17h.
Café Carioca: depois de conhecer o Museu do Café e tomar um cafezinho por lá, siga para o Café Carioca, um bar despretensioso, localizado na Praça Mauá e que tem mais de 70 anos de tradição. Por ali, já passaram figuras ilustres como Getúlio Vargas, Jânio Quadros, João Goulart, Ary Toledo e Hortência. A dica é pegar uma das disputadas mesas e provar os famosos pastéis da casa, acompanhados de um mate gelado ou de uma cerveja. É um lugar que realmente vale a visita e, dependendo do horário e da sua fome, já pode garantir seu almoço por ali mesmo.
Endereço: Praça Visconde de Mauá, nº 01.
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 7h às 19h; sábados: das 10h às 15h.
Pantheon dos Andradas: segundo o site da Prefeitura de Santos, Pantheon é um nome de origem francesa que significa “monumento consagrado à memória dos grandes homens de uma nação”. O Pantheon dos Andradas, no caso, é um mausoléu que abriga os restos mortais de José Bonifácio de Andrada e Silva e de seus irmãos. José Bonifácio ficou conhecido como o “Patriarca da Independência”, devido ao seu importante papel na Independência do Brasil. Figura política, era membro de família da aristocracia brasileira e também era maçom.
Endereço: Praça Barão do Rio Branco, nº 16 – anexo.
Horário de funcionamento: não informado
Entrada: gratuita.
Monumento a Brás Cubas: a poucos quarteirões de distância do Pantheon dos Andradas, fica o Monumento a Brás Cubas, situado na Praça da República. Brás Cubas foi um fidalgo português que chegou ao Brasil em 1532 com a expedição de Martim Afonso de Sousa, fundador de São Vicente. É considerado o verdadeiro fundador da vila de Santos – foi ele que pediu ao Rei de Portugal a concessão de foro de vila ao pequeno povoado. Brás Cubas foi o responsável pela transferência do porto da região da Ponta da Praia para o Centro e também foi quem criou a Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos, que acabou sendo o primeiro hospital do Brasil. O monumento em sua homenagem foi a primeira estátua erguida na cidade de Santos, inaugurada em 26 de janeiro de 1908.
Curiosidade: Há uma confusão com o personagem Brás Cubas, de Machado de Assis. No livro Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), o narrador Brás Cubas conta que seu pai, de sobrenome Cubas, nomeou o filho “Brás” como forma de se passar por descendente do explorador Brás Cubas. No entanto, após os verdadeiros descendentes do explorador português contestarem o Sr. Cubas, ele inventou outra versão para a origem do sobrenome da família, tentando dar-lhe um ar de fidalguia. De acordo com o site Rainhas trágicas, “O mito da origem era um recurso utilizado por muitas famílias economicamente abastadas para reafirmar a nobreza de seu sangue, dentro de uma sociedade hierarquizada como a do Brasil monárquico. Machado de Assis faz assim uma crítica a esse costume, que objetivava à construção de uma memória do grupo familiar que validasse o status econômico de seus portadores”).
Endereço: Praça da República, s/n
Outeiro de Santa Catarina: o Outeiro é considerado o marco inicial de Santos, pois marca o início do povoamento da então Vila de Santos. A palavra outeiro significa “monte” ou “pequena elevação de terreno”. O local é conhecido por ter abrigado duas capelas em homenagem à Santa Catarina de Alexandria. As capelas foram destruídas, com o tempo, e o outeiro também foi diminuído ao longo dos anos, devido à utilização de suas pedras para o calçamento das ruas da cidade e para a obtenção de aterro, destinado à construção do porto. Em 1900, o médico italiano João Éboli mandou construir uma casa em formato de castelo, sobre o que restou da rocha. Em 1902, a pedra recebeu uma placa com os dizeres: “Esta rocha é o resto do Outeiro de Santa Catarina e foi sobre este outeiro que Brás Cubas lançou os fundamentos desta povoação, fundando ao mesmo tempo, época de 1543, o Hospital de Misericórdia, sob a invocação de Todos os Santos, que deu o nome a esta cidade e à primeira instituição pia que se estabeleceu no Brasil”.
Fonte: wikipédia
Endereço: Rua Visconde do Rio Branco, nº 48.
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Entrada: gratuita
OBS. 1) Esses são os atrativos do Centro Histórico de Santos que, na minha opinião, são os mais importantes. Além disso, são todos próximos uns dos outros, de modo que o walking tour pode fluir bem, de um atrativo ao outro, respeitada a sequência acima indicada. Basta ter disposição para uma caminhada moderada, com paradas estratégicas.
OBS. 2) Dependendo do dia e/ou horário que você escolher para fazer o seu walking tour pelo Centro Histórico, pode ocorrer de alguns atrativos não estarem abertos para visita. Isso é mais comum, por exemplo, aos finais de semana e feriados. No meu caso, não consegui visitar o interior do Pantheon dos Andradas nem do Outeiro, pois era um sábado chuvoso e, se não me engano, estavam fechados para revitalização. O jeito é se informar à época da visita, mas, de toda forma, vale conhecer a parte externa dos atrativos.
OBS. 3) Para quem tiver mais tempo e disposição, vale uma esticadinha até o Monte Serrat, que fica a pouco mais de 1 km do Outeiro. Lá, há um bondinho funicular que leva os visitantes até o topo do monte, a 147 metros de altitude, de onde se tem uma vista panorâmica da cidade. Eu, infelizmente, não visitei o Monte Serrat, devido ao horário, mas está na minha lista, para uma próxima oportunidade, então fica a sugestão!
Endereço: Praça Correia de Mello, nº 33. Horário de funcionamento: todos os dias, das 8h às 20h. Ingressos: variam entre R$18 e R$23 (inteira) e R$9 e R$11,50 (meia tarifa).
A você, que escolher visitar o Centro Histórico de Santos, desejo uma boa “viagem no tempo”, com cheirinho de café! 😉










A propósito, por se tratar de centro histórico, devem ser tomados os cuidados de praxe, principalmente se você estiver sozinha(o). Preste atenção nos seus pertences, busque caminhar pelas ruas em que haja movimento e evite dar seguimento ao passeio quando/se anoitecer.





































